Etnomatemática: saberes do campo
Organizado pelo Prof. Dr. José Roberto Linhares de Mattos, vale conferir o livro «Etnomatemática: saberes do campo», de 2016.
«O livro Etnomatemática: saberes do campo, com prefácio de Ubiratan D’Ambrosio, traz uma coletânea de trabalhos de investigação desenvolvidos em projetos de pesquisas por pesquisadores brasileiros de seis estados das regiões norte, nordeste e sudeste do Brasil, com foco na etnomatemática praticada e vivenciada por trabalhadores rurais em suas práticas cotidianas e em uma escola do campo.».
«O livro traz um capítulo de autoria de Dejildo Roque de Brito e José Roberto Linhares de Mattos sobre os conhecimentos matemáticos produzidos e praticados por um grupo de agricultores de uma Colônia Agrícola no Amapá em suas atividades profissionais de produção e comercialização de seus produtos. Problemas de geometria são resolvidos pelos agricultores, em situações envolvendo cubagem, com conhecimentos próprios, independentes de escolarização.
O livro traz, também, um capítulo de Thamy Pereira dos Santos sobre o cenário da educação do campo em uma escola do município de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, abordando, por meio de atividades cotidianas, meios práticos para o ensino da Matemática, através dos Eixos Temáticos da Pedagogia da Alternância.
Um outro capítulo de Maria Leopoldina Bezerra Brito traz um trabalho sobre como os conteúdos de matemática podem ser utilizados no trabalho rural, em uma interação entre os Agentes Rurais e os produtores do município de Crato, no Estado do Ceará. Traz questões importantes, com reflexo nas salas de aula de uma escola agrícola, sobre os conteúdos da matemática curricular e a matemática utilizada pelos alunos egressos, junto aos produtores rurais.
O livro traz também um estudo de Silvana Lucas Bomtempo Matos e José Roberto Linhares de Mattos sobre o conhecimento matemático de trabalhadores rurais com pouca escolaridade e que não tiveram formação técnica, da zona rural de um município de Minas Gerais, em suas atividades diárias. Foram observados o saber/fazer e a matemática presente na prática destes agricultores rurais, com o objetivo de contribuir, sob uma perspectiva etnomatemática, para uma reflexão sobre o ensino da matemática escolar nas instituições de educação agrícola.
Em outro capítulo de Jorge Ricardo Carvalho de Freitas é feito um estudo sobre braças. O autor do capítulo tratou sobre a origem da braça, sua chegada à Mata Sul de Pernambuco e o seu emprego ainda comum na Zona da Mata Canavieira, em uma era de tecnologia. O texto faz um resgate histórico e, através de alguns depoimentos, aborda a importância cultural desta unidade de medida agrária.
Por fim, no último capítulo, Marcia Maria Paes Santos traz uma abordagem etnomatemática na pedagogia de projetos em uma instituição de ensino médio e profissional agrícola, propondo um novo quadro conceitual e metodológico para o ensino da matemática, nas escolas agrícolas, através do desenvolvimento dos conceitos articulados com a realidade agrária.»